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terça-feira, 29 de maio de 2012

Rosalba silencia sobre corrupção eleitoral na campanha ao Senado



Adotando uma postura que tem servido tanto para preservá-la quanto para desgastá-la, a governadora Rosalba Ciarlini (DEM), distante do contato saudável e aberto com a mídia, mantém o silêncio até agora a respeito dos fortes indícios de irregularidades cometidas durante sua campanha ao Senado em 2006. O governo do Estado, através da Assessoria de Comunicação Social, informou que a governadora não irá falar sobre este assunto, porque “não tem nada a ver com o governo”.

Dezenas de interceptações legais, que fizeram parte de uma investigação judicial, vazaram para a imprensa, que vem noticiando o fato. Nelas, o ex-deputado estadual Carlos Augusto Rosado (DEM), cotado para assumir o Gabinete Civil, aparece negociando com o então tesoureiro do DEM (naquela época PFL) sobre diversos aspectos financeiros da campanha de Rosalba ao Senado.

Através das escutas, é possível encontrar indícios de crimes, entre eles lavagem de dinheiro, compra de votos, sonegação fiscal e crime eleitoral. Apesar disso, a governadora tem ignorado solenemente a questão, desprezando a opinião pública do Rio Grande do Norte, que espera uma palavra da governante em relação aos áudios.

Segundo o secretário de Comunicação, Alexandre Mulatinho, o governo não se pronunciará porque o episódio porque não teve origem no governo, muito embora Rosalba só tenha chegado ao governo, depois de ser senadora da República. O fato é que na Justiça Eleitoral o crime prescreveu, uma vez que o prazo para esse tipo de questionamento é de 180 dias após o término da eleição, através de uma ação de investigação judicial eleitoral. Como o crime eleitoral prescreveu, resta ao Ministério Público analisar a possibilidade de investigar os demais ilícitos.

Além de Carlos Augusto Rosado, estrelam os áudios como operadores da campanha de Rosalba ao Senado dois dos atuais secretários do governo do Estado: o secretário de Administração, Alber Nóbrega, e o secretário adjunto do Gabinete Civil, Galbi Saldanha, aquele que era responsável pelo esquema financeiro-eleitoral do sistema Rosalba.

Para o governo, porém, não há necessidade de haver qualquer pronunciamento sobre o tema. “Isso é coisa de 2006, não é coisa de agora. Isso inclusive, pela informação que se tem do Ministério Público, teria sido arquivado”. Na visão da gestão Rosalba, por se tratar de um fato de 2006, o governo não tem nada a ver com isso.

Fonte: Jornal de Hoje

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