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domingo, 27 de abril de 2008

Opinião de Márlio Forte


Veja o que o artista plástico Márlio Forte diz sobre uma possível transferência de local da Feira da Cultura.

Analisando os prós e os contras...

1. sempre acreditei que a cultura pode muito bem conviver em paz com a religião e vice-versa... isso vem desde o tempo dos nossos ancestrais das cavernas, passando pela civilização egípcia, que soube muto bem mesclar a religião politeísta com a arte das Pirâmides ( que por sinal eram túmulos) até nossa época do Modernismo, que teve seu maior explendor com o Renascimento, exemplo maior dessa harmonia entre cultura e religião, são as obras renascentistas de Miguelângelo e Leonardo Da Vince... então, em Patu não poderia ser diferente... Dona Lourdinha Holanda, a mentora da Feira, estudou toda essa história e por isso concretizou o feito maior da Administração Epitácio de Andrade, e com certeza sabia que ia dá no sucesso da feira, não atirou no escuro! Foi minha professora de Artes no Municipal e soube planejar muito bem unindo os Poderes da Igreja e o Executivo, todos em suas mãos naquele instante histórico, basta observar, que seu esposo era o Prefeito e por extensão o Poder clerical sempre está atrelado ao Executivo, que por coincidência estava em seu terreiro;

2. A Feira, simbolicamente, está ligadíssima a estrutura arquitetônica da Igreja de Nossa Senhora das Dores, isto é um fato que não podemos descartar. A Cultura da cidade, representada pelo meio artístioco, sempre surgiu no ventre da Igreja. Foram eles ( ou são): Ricardo Veriano ( artista plástico e teatrólogo), Mirian Rocha (artista plástica), Senhor Pernambuco (escultor), Petronilo Hemetério (historiador) dentre muitos outros. E é importante constatar que osartistas continuam surgindo dentro desse contexto religioso-cultural, basta ver os novos talentos do AUTO DE JESUÍNO BRILHANTE e da CAVALHADA... de cujas origens são, eminentemente, clericais;

3. então, podemos concluir que:

a. caso a Feira seja transferida para o bairro da Estação, poderá haver sua descaracterização;

b. entretanto, nada impede que possamos tentar executar tamanha façanha, pois também nada impossibilita (no outro ano) o seu retorno para o seu lugar de origem.
É o parecer, salvo melhor entendimento.

Natal(RN), 27 de abril de 2008 ( 01:42 )

Márlio Forte

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