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domingo, 16 de outubro de 2011

"Rosalba Ciarlini se esconde", declara ex-governadora Wilma de Faria


Pré-candidata à prefeitura de Natal, a ex-governadora Wilma de Faria, presidente estadual do PSB, disse, em entrevista ao Poti/Diário de Natal, que está aberta para conversar com o PSD, do vice-governador Robinson Faria, com vistas ao pleito do próximo ano. A pessebista comentou as articulações do governo para enfraquecer o partido de Robinson. "Ficou claro que houve uma ordem geral do governo para impedir o fortalecimento do partido do vice-governador", afirmou.

A ex-governadora comentou também a falta de posição da governadora Rosalba Ciarlini (DEM) diante dos problemas do governo. "Nos momentos de dificuldade, você não pode ser dissimulado. Você não pode se esconder. Tem que encarar a realidade e enfrentar o povo, de forma transparente, explicando o porquê de todas as decisões. Esse posicionamento não está acontecendo por parte da governadora", avaliou. Ela ainda disse que está disposta a receber o apoio da prefeita de Natal, Micarla de Sousa (PV), nas eleições do próximo ano, apesar de julgá-la incompetente. Confira a entrevista:

Como a sra. avalia o tratamento que o vice-governador Robinson Faria (PSD) vem recebendo do governo?

Eu vejo que hoje o governo está contando com muitos partidos que o apoiaram e permanecem na gestão, mas estranhei bastante essa divergência entre o vice-governador Robinson Faria e o ex-deputado Carlos Augusto, marido da governadora Rosalba Ciarlini (DEM). Robinson Faria disse reiteradas vezes que tudo que estava sendo feito para a criação do novo partido fora combinado com o casal Carlos Augusto e Rosalba. Foi estranho, de repente, que as coisas mudassem. Ficou claro que houve uma ordem geral do governo para impedir o fortalecimento do partido do vice-governador.

Na sua avaliação, ainda há condições de Robinson permanecer na base do governo?

Essa será uma decisão dele. Só quem pode fazer essa avaliação é ele.

Robinson Faria seria bem recebido na oposição?

A população o receberia bem na oposição.

Essa articulação para impedir a ida de quatro deputados estaduais para o PSD é uma chave de roda do governo?

Na verdade, dá a entender isso, que foi uma decisão do governo para evitar o fortalecimento do partido de Robinson. Dessa forma, os deputados, na visão do governo, não deveriam migrar para o PSD.

A articulação do governo contra o PSD foi vista como uma forma de impedir que o vice-governador tivesse, na atual gestão, o poder que teve durante o seu mandato. Como era a influência dele no seu governo?

O Legislativo tem grande poder. Isso foi dado na Constituição. Robinson Faria debatia com o Executivo e usava sua influência muitas vezes contra o que nós defendíamos. Então, tínhamos que defender nossa posição.

Então foi isso que motivou a interferência de Carlos Augusto?

Robinson Faria e Carlos Augusto são muito parecidos. Por isso, se atritaram.

A sua candidatura a prefeita de Natal já está definida?

Não. O partido é que vai definir. Será uma decisão coletiva, que sairá no próximo ano. Eu tenho conversado com vários partidos e visitado entidades, bairros, converso com o povo. Eu voltei a ocupar um espaço que estava distante por causa das minhas atividades como governadora.

O que falta para a sra. definir se disputará ou não a prefeitura?

Falta convidar a todos para uma discussão em torno dessa questão. A maior parte da população dá a entender que deseja minha volta à prefeitura. Há um desejo da população para que eu esteja na vida política e administrativa da capital e do estado. Isso me deixa muito feliz, porque não é fácil perder uma eleição como eu perdi, no ano passado. Hoje, em todo evento que eu vou, sou abraçada, tanto na capital quanto em todas as regiões do estado. A resposta do povo tem sido pró-candidatura, mas a gente precisa ver também os interesses do partido. Não podemos tomar uma decisão monocrática. A decisão tem que ser do partido.

O prefeito Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD, está afinado com o governador Eduardo Campos, presidente nacional do PSB.Eles anunciaram que pretendem formar alianças entre os dois partidos principalmente nas disputas por capitais. Em Natal, será possível uma dobradinha do PSB com o PSD?

É possível. Vamos abrir as portas para as discussões. Estamos abertos para debater e somar.

Dois secretários da prefeita Micarla de Sousa (PV) são ligados à sra, inclusive foram secretários no seu governo: Vagner Araújo e Cláudio Porpino. Existe possibilidade de uma aliança sua com a prefeita?

Nossa posição é muito clara. As posições de Cláudio e Vagner são pessoais. Pediram licença do partido para assumirem os cargos. O PSB não apoiou Micarla de Sousa e faz oposição à prefeita. Fazemos uma oposição responsável, que beneficia Natal. Estamos vigilantes. Toda oposição bem feita também ajuda a administração. Esse é o nosso papel.

A sra. aceitaria o apoio da prefeita, caso ela desistisse de disputar a reeleição para apoiá-la?

É claro. Quando você é candidato todos os apoios são bem vindos. Se eu for candidata e Micarla vier me apoiar, claro que eu aceito.

Não sendo candidata, poderá apoiar o nome de Micarla de Sousa para reeleição?

É uma decisão do partido. A tendência é fazermos uma aliança com os partidos mais próximos do nosso campo ideológico. Não é o caso do partido da prefeita Micarla de Sousa.

A senhora fala em decisão do partido, mas como encara intimamente a sua candidatura a prefeita de Natal?

Essa candidatura mexe comigo. Comecei minha trajetória política sendo candidata a prefeita de Natal. Comecei minha vida pública na cidade. Tem tudo a ver com a minha história. Mexe até com minha emoção. Mas, é preciso deixar a emoção de lado na hora de escolher o melhor para o partido e pela população. Tenho que ir pelo racional. No entanto, não acredito em nada que não tenha paixão, emoção. Quando penso na prefeitura, relembro do apoio que o povo de Natal me deu tanto para ser prefeita quanto para ser governadora.

Que prazo a sra. se deu para a definição da candidatura?

Eu havia estabelecido o prazo de janeiro. Mas essa data pode mudar, tanto para antes como para depois. Vamos conversar com o partido.

A que a atribui a situação administrativa da prefeitura atualmente?

É uma questão de incompetência. Não vou nem dizer a falta de experiência, porque, quando não se tem, é preciso chamar alguém que tem para ajudar. Falta competência, bom senso e responsabilidade.

O governo tem sido criticado pela falta de diálogo com servidores, Assembleia e até órgãos como Ministério Público e Tribunal de Justiça. Nesse período de greves, a sra. acha essencial a palavra da governadora?

Rosalba quer repetir a mesma imagem que ela conseguiu fazer na prefeitura de Mossoró. Ela só fala o que for positivo. As coisas que são difíceis ou contrárias à população são ditas pelos seus assessores.

É possível fazer isso no governo?

Fica muito, vamos dizer assim, pouco transparente. É como se ela tivesse enganando a população, querendo dissimular em relação aos problemas existentes no dia a dia do estado. Num momento desses, você não pode ser dissimulado, você não pode se esconder. Tem que encarar a realidade e enfrentar o povo, de forma transparente, explicando o porquê de todas as decisões. Esse posicionamento não está acontecendo por parte da governadora.

Hoje, fora do poder, a sra. acredita na realização da Copa em Natal?

Eu coloquei minha cabeça, quando fizemos um trabalho, um projeto muito difícil na ocasião, quando ninguém acreditava que o Rio Grande do Norte pudesse sediar a Copa de 2014. Eu mais do que ninguém sabia que era fácil viabilizar a Copa. A gente reduziu em 50% o endividamento do estado, abrindo margem para a aquisição de créditos para realizar as obras necessárias. O município espero que também faça suas obras. Tenho certeza que a Copa virá. Fizemos a nossa parte. Colocamos a cidade menor das 12 sedes na Copa de 2014. O que me preocupo agora é com as obras de mobilidade e a imagem da cidade, que está caindo. Torço muito para que a Copa seja realizada e deixe um grande legado para Natal e o estado.

DO CAMPELO- Mesmo não simpatizando com algumas idéias e com a postura de indiferença política adotada pela ex governadora Vilma em relação a Patu, sou obrigado a concordar com a afirmação da mesma. A governadora Rosalba (DEM) age como se tudo estivesse as mil maravilhas... Todo mundo sabe que não está.

Em relação ao município de Patu, as duas adotaram posturas bem parecidas. Vilma (PSB) nem pra pedir votos apareceu em Patu, e Rosalba (DEM), esnoba o município como nunca antes foi visto.

Todas as obras do governo do estado em Patu estão paralisadas, e a culpa é de quem? Acredito que não seja do povo...

Fala-se muito em união política para resolver os problemas de Patu, (o que não deixa de ser um bom começo) mas o que todo mundo esquece é que a Rosa teve vários apoiadores no município, e que estes juntos, em parceria com a vontade popular, garantiu a vitória do DEM no município. É hora destes cobrarem da governadora uma postura mais respeitosa para com o nosso povo.

PATU MERECE RESPEITO!

2 comentários:

Diogo Suassuna disse...

Bruno, infelizmente o povo também tem culpa por ter eleito esse governo incompetente. Essa Rosa está mostrando que só tem espinhos.

Diogo Suassuna disse...
Este comentário foi removido pelo autor.